sábado, 20 de junho de 2009

O SIGNIFICADO DA BRINCADEIRA

Em uma das aulas da professora Karla por mim acompanhadas, a professora deu o horário da Educação Física livre para as crianças, pois teria uma reunião com a mãe de um aluno.
Como em todas asturmas, pude percber claramente como havia crianças líderes, que se destacavam entre as demais, e comandava sempre as brincadeiras. O mais interessante disso é que, os alunos líderes davam a idéia de uma brincadeira, e logo todos o seguiam, mas todos participavam da montagem das regras.
Por exemplo: no chão do pátio há oito círculos pintados onde as crianças brincam de "coelhino sai da toca". Haviam 10 alunos para 8 tocas. Sem que ninguém intervisse, as próprias crianças inventaram uma novo modo de brincar, andando em volta dos círculos, como na "dança das cadeiras", até que um aluno pré determinado gritasse "coelhinho sai da toca".
Havia também alguns alunos que reinventaram o "pega-pega", impantando o "pega-pega corrente".
O interessante a se observar é que nessas aulas em que os alunos estão "livres", a criatividade dos mesmos é aguçada. Cada grupo se reúne, (re)criando brincadeiras interessantes, que geram aprendizado inconsciente por parte dos mesmos. Isso é importante, pois de acordo com HUIZINGA (1980), o jogo é não só anterior a cultura, como constitui cultura. O jogo só tem significado para quem dele participa, enfeitiça, fascina e cativa. Promove a formação de grupos sociais, que envolvem em segredos que os diferem do resto do mundo.
Penso que são embasamentos teóricos como esses que fazem falta as professoras e as diferem dos profissionais de Educação Física, uma vez que a professora não fazia a menor idéia de que até mesmo esse momento livre poderia ser gerador de cultura.

Ana Cláudia Franco Lara.

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