domingo, 21 de junho de 2009

Estágio Obrigatório - 5º p - Educação Física. aluna: Karine Luzia Alves

Observei as aulas de Educação Física e o cotidiano da Escola Estadual Lafaiete Gonçalves, situada em Santa Luzia, bairro Palmital.



Acompanhei as aulas do professor Cláudio José Campos, no período de 18 de maio a 19 de junho de 2009, observando 12 turmas de 1º ao 3º ano escolar (antiga 1ª a 4ª série). Além disso a escola possui 02 turmas de PAV 1 (Programa Acelerar para vencer) – 6º e 7º ano (antiga 5ª e 6ª série). 03 turmas de PAVE 2 – 8º e 9º ano (antiga 7ª e 8ª série) 01 PAVE de 5º ano – Para os alunos que não conseguiram fechar a 1ª etapa, ensino fundamental. 02 turmas de 9º ano (antiga 8ª série), 08 turmas do Projeto Tempo Integral. O Programa Acelerar para Vencer é uma iniciativa do Governo para recuperar o aluno em situação de 2 anos de defasagem.

A Escola possui um Bloco de dois andares com 24 salas de aulas, uma cantina com espaço para a preparação da alimentação e um para servir as refeições. Uma secretaria (com vários arquivos, um computador e uma sala menor da Diretoria) uma sala para os professores (com um computador, um mimiógrafo, uma mesa grande, alguns armários para os professores guardarem seus objetos pessoais) , uma sala para a orientação da escola (com uma arquivo, vários armários de material). Os espaços são bem simples, os recursos até precários.

As aulas do Professor Cláudio são simples, a escola não dispõe de muitos materiais e, o pouco que tem, as vezes é roubado o que dificulta ainda mais. Ele intercala as semanas de aulas planejadas com semanas de aulas livres em que os alunos ficam a vontade para brincar, correr, pular corda, jogar bola livremente (diz que é um acordo para ter a confiança e o controle maior dos alunos). Com os meninos maiores fica mais fácil porque eles já possuem uma organização maior e dividem bem os materiais disponíveis. Já com os menores há uma dificuldade pois, como a maioria não possui acesso a brinquedos e, quando bolas, por exemplo, ficam disponíveis, alguns agem como se não pudessem dividir com os outros. Nas aulas planejadas ele procura executar atividades que "ajudam no desenvovimento do equilíbrio, postura, atenção, ritmo...." Dá alguma orientação de higiene pessoal e de relacionamento. Não houve tempo para que eu preparasse aulas, a escola estava num processo de arrecadação para a festa junina que aconteceu neste sábado (20/06). As aulas são agitadas as crianças quase incontroláveis. O turno da manhã é o mais complicado pois, como atende defasagem escolar, possui alunos de até 21 anos, que ficam "misturados" com os menores. São crianças e adolescentes muito carentes e marginalizados, estão sempre querendo quebrar as regras.

Nas aulas de ritmo, o professor usa um tambor e trabalha com palmas, percepção auditiva através de comandos. com o ''cineminha" procura trabalhar com desenhos que incentivam a amizade, o bom relacionamento, etc....

Em sala de aula estávamos sempre discutindo o porque ensinar, como ensinar e as implicações sociais em nossas atitudes e escolhas como professores. Bom, nesta escola percebi professores super empenhados e envolvidos com a realidade da região, alunos interessados em mudar a sua realidade, mães envolvidas com o dia a dia de seus filhos e profissonais empenhados em fazer o melhor a cada dia. Mas a maioria age de forma contrária e, confesso que tive medo do que nos espera como professores de Educação Física. Desenvolver um trabalho sério, que pode render atitudes e posturas morais e sociais adequadas, visando um futuro melhor, é um desafio que está além da quadra ou da sala de aula. Para mim ficou claro que, minha escolha tem que ter fundamento, organização e, principalmente tem que estar bem interiorizada, porque o nosso compromisso no futuro de muitas crianças vai fazer a diferença.

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